quinta-feira, 1 de maio de 2008

Olho mesmo. E daí?

Demorei a perceber como é automático na minha vida provocar as pessoas através do olhar. Eu sempre fiz isso, desde muito pequena. Sempre tive a mania de ficar olhando no fundo dos olhos de uma pessoa até que ela se incomode e esboce uma reação. Eu SEMPRE espero uma reação, seja ela qual for.
Aliás, de tanto observar, eu me esqueci de exercitar o hábito de falar.... Mas só me dei conta do quanto um olhar certeiro pode ser divertido depois de crescidinha.
Melhor do que fazer isso com as pessoas próximas é fazer com os estranhos. É obvio que depois de tantos anos aperfeiçoando esse fantástico exercício de observação, todo lugar é lugar. Mas sem sombra de dúvidas, numa caminhada pela Avenida Paulista ou num pequeno trecho de Metrô, a diversão é garantida. O trânsito também oferece muitas possibilidades, só exige um pouco mais de atenção, para não terminar o dia olhando nos olhos do fulaninho antipático da CET....... Balada, apesar de não parecer, é um péssimo lugar. Fica parecendo caça.
É tudo muito despretensioso, não há intenção de conquistar ou seduzir quem quer que seja. Por isso, a técnica vale para homens, mulheres, jovens e velhos. E assim, dá pra descobrir rapidinho uma pessoa ousada, uma atrevida, uma tímida e, a pior das espécies, uma medrosa.
Vale lembrar que fazer isso com pessoas acompanhadas pode não ser muito seguro, já que a chance de você ser mal interpretado é gigantesca.
A impressão que tenho é que muitas pessoas têm medo de um olhar direto. É como se devessem alguma coisa, como se tivessem muito a esconder. No fundo todas tem, é que algumas se entregam de cara e outras parecem fazer um convite na base do “e aí, vai encarar?”
Eu encaro. E você?

Juliette

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