sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Epifania

Ao invés de procurar um diamante, as pessoas perdem tempo colecionando pedras.....

Juliette

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Os Olhos da Alma

A miopia da alma acorrenta. Não permite que olhemos ao longe. Nos torna egoístas.

A hipermetropia da alma imbeciliza. Não permite que vejamos o que está bem perto. Nos torna covardes.

O astigmatismo da alma confunde. Não permite que vejamos nada com clareza. Nos torna alienados.

A cegueira da alma envenena. Não permite um mínimo de luz. Nos torna seres amargos.

Assim como existem lentes corretivas para os olhos, existem lentes corretivas para alma...

Seu uso é opcional. Tanto quanto a alegria ou a tristeza.

Juliette

O Sol

A cortina de fumaça sumiu. Dissipou-se no ar.
Foi possível então ver céu azul, sem núvens.
O sol brilhava como nunca. Ele sempre esteve lá. A cortina de fumaça era quem impedia sua visão.
Agora eu vou lagartear sem pressa sob esse sol....
Esse sol que aquece, que acalenta, que liberta e, princialmente, que pôe um fim ao bolor da alma....

Juliette

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Concordo

"Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia" - Nietzsche


Juliette

Cuida das Rosas

"Segue teu destino. Rega as tuas plantas. Ama as tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias."

Fernando Pessoa sempre me deixou atônito.

Armand

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pela dor de uma saudade

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha - Florbela Espanca

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus barcos...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Juliette

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Enquete

O que foi que aconteceu com o mundo? O que aconteceu com as pessoas? Foi o mundo que mudou e eu não percebi, ou fui eu que mudei e o mundo parou?

 

Dúvidas existencialistas filosóficas no momento. E eu nem deveria estar aqui escrevendo isso. Agora não é hora e nem lugar.

 

Existe o movimento dos "Sem Terra". Tem também o movimento dos "Sem Teto". Vou fundar o novo movimento: "Sem eira, nem beira". Alguém quer participar?

 

Armand

terça-feira, 13 de maio de 2008

Era Uma Vez num Castelo da Moldávia....

A princesa estava cansada de ver o mundo cinza do alto da torre do seu castelo. Já tinha até cortado as longas tranças, porque elas já não seduziam mais ninguém. Ela passava os dias bebericando taças e mais taças de champanhe ao som de Maísa cantando Ne Me Quite Pas alternando com vinho tinto e Amália Rodrigues com Nem às Paredes Confesso... E comendo ovo. Muito ovo...
Anoitecia, amanhecia e nada de interessante ou animador acontecia. Príncipe encantado num cavalo branco (ou numa Cherokee) que é bom, nada. No máximo um Zorro decadente, com uma capa puída e um pangaré manco.
Ela já tinha vivido dias mais glamurosos. Já tinha se divertido com o garçom, com o motorista, com o maquiador e até com o príncipe herdeiro de um reino próximo. Mas esse último queria se casar, aí ela achou melhor morder a maçã envenenada que encomendou com uma certa bruxa para cair em sono profundo e não se comprometer, afinal ele era meio chatinho... Foi assim, inclusive, que ela conheceu os 7 Anões.....
Seria necessário apelar para os serviços do bobo da corte?
Inventou cursos, chás, almoços, bailes... Mas nada parecia acabar com aquele tédio que tomava conta do seu coração.
Preocupado com a constante apatia da princesa, o rei resolveu que precisava fazer alguma coisa para animar a vida da moça. Mandou trazer do ocidente um computador para que sua filha pudesse desfrutar das maravilhas do mundo moderno, para que ocupasse seu tempo descobrindo tudo de bom que a globalização poderia oferecer.
Foi então que a princesa descobriu as salas de bate papo. No começo, tudo era meio confuso, ela não sabia exatamente como se comportar. Cruzou o caminho de muita gente diferente. Chegou a pensar que aquilo não era pra ela. Aos poucos ela foi se habituando e hoje já domina o vocabulário e as técnicas para se dar bem no universo virtual.
Sua rede de relacionamentos hoje é vastíssima. Tem punks, adolescentes, empresários, mauricinhos, professores, atletas, nerds, religiosos e tarados.
Ontem ela teve um encontro. Foi sozinha em sua carruagem para se encontrar com aquele destemido caçador que conhecera dias antes. Gostou do que viu.
Agora ela está online, fingindo que não está nem aí, mas torcendo para que aquela conhecida janelinha pule em seu monitor com um convite para jantar essa noite...
Será que é dessa vez que a princesa desencalha?

Juliette

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Que reste t'il de nos amours

Eu quero acreditar que minha vontade tem poder.

Amanhã eu vou estar no mesmo lugar onde estivemos juntos há alguns dias. No mesmo lugar, ouvindo as mesmas músicas e provavelmente vendo as mesmas pessoas, minha bebida preferida, no balcão do bar. E lá eu vou ficar até que algum sinal de vida (da sua vida) dê as caras e resolva colocar um fim em uma série de coisas. E ao mesmo tempo, traga mais uma série de outras coisas boas consigo.

E sei que você vai chegar, e isso vai mexer comigo. E não vou saber onde colocar as mãos, ou mesmo onde apoiar o copo (mesmo estando ao lado do balcão), mas vou fazer um esforço sobre-humano para não demonstrar nada disso e deixar escapar uma pequena dose de indiferença. Merecida.

Na sequência, você vai fazer cara de quem não sabe como dizer as coisas, mas está louco para explicar tudo e colocar um fim em alguns mal entendidos. E você vai sorrir pra mim, e me pedir desculpas por toda a palhaçada que se seguiu nos últimos dias. E eu vou querer saber o que aconteceu, e teremos uma longa conversa. E daí então tudo pode ser diferente do que é, ou do que tem sido.

Mas a probabilidade vai contra meu desejo. E ambos teremos que conviver com essa realidade.

E nessa realidade paralela, você nunca vai me ver acordando de manhã, com a juba de um leão das montanhas e meu mau humor habitual. Mas também não vai ver como meus olhos ficam expressivos quando quase não se vê minhas pupilas. Vai perder todo meu ritual matinal, minha saída do banho, enrolado na toalha, descalço.

Vai perder de me ver pronto para o trabalho, perfumado, e o beijo de "até mais tarde".

E também não terá a companhia para os filmes em casa jogados no sofá, nem para dividir e brigar pela última pipoca. E não vai poder se irritar com minhas manias. Mas também não terá meus carinhos secretos, ou o beijo de boa noite, ou a despedida na porta até o próximo encontro. Nem o reencontro.

Por muito tempo eu mantive essa porta fechada. Para mim e para o mundo. Eu achei que não podia mais. E de repente, em um momento sem perceber, eu esqueci de passar a chave na porta e você apareceu. Você poderia ter tido a casa inteira, mas preferiu ficar só no hall de entrada.

Você poderia ter meu coração-casa grande, mas se contentou em ficar na senzala.

Também vou perder uma série de coisas, eu sei. Mas pelo pouco que recebi, tenho muito mais a oferecer.

Eu quero muito acreditar que nada que aconteceu há uma semana foi em vão. Quero acreditar que boa parte (senão tudo) que ouvi é verdade. Quero acreditar também que não me enganei redondamente a respeito de uma possibilidade. Justamente por isso, estarei naquele mesmo lugar, no mesmo balcão, com a mesma bebida. E pode ser que dessa vez, seja tudo diferente. Ou não.

Armand

domingo, 4 de maio de 2008

A insustentável leveza DE ser...

Estou leve. Levíssima. Leve como não me sentia há tempos.
Nada mudou. Nenhuma novidade, nenhum fato novo. Acordei assim. Mantive-me assim. E, com certeza, o dia agradabilíssimo que tive, foi fator determinante para que a sensação tenha se prolongado até agora.
O dia estava bonito, a temperatura agradável e a companhia perfeita. Boa comida, bom papo e grandes risadas.
Nada como um belo dia que começa sem pretensões e termina como se eu tivesse vestido a roupa mais leve e passeado de mãos dadas com o ar. Voltei enfeitada de rosas e com a alma borrifada de esperança.
Acho que está começando um período de confiança. Hora de reorganizar meu cotidiano. Por que preciso ser assim tão desconfiada? A desconfiança trava, retarda a caminhada e limita. Limitar-se é viver num corredor estreito respirando um ar denso... E eu quero respirar a brisa mais leve, aquela perfumada que encanta e inebria.....
Está na hora de canalizar meus pensamentos para os reais sentimentos. Conectar-me com meus verdadeiros sonhos. Aprender com o mundo e fazer bom uso das lições que ele me ensina.
Hora de deixar de lado receios tolos. Libertar-me de tudo que causa desconforto, desamor. Fazer a pazes com a vida e não culpá-la por não se comportar do jeito que eu espero que ela se comporte.
Só o que importa é ser feliz e estar com quem se ama, fazendo o que se ama. Alguma coisa mais? Acho que não, né? É ser feliz e mais nada. Gargalhando do que não tem graça e ver o preto e branco se tornar colorido. Nem que para isso seja preciso passar algum tempo vivendo sob tons pastéis.....

Juliette

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Olho mesmo. E daí?

Demorei a perceber como é automático na minha vida provocar as pessoas através do olhar. Eu sempre fiz isso, desde muito pequena. Sempre tive a mania de ficar olhando no fundo dos olhos de uma pessoa até que ela se incomode e esboce uma reação. Eu SEMPRE espero uma reação, seja ela qual for.
Aliás, de tanto observar, eu me esqueci de exercitar o hábito de falar.... Mas só me dei conta do quanto um olhar certeiro pode ser divertido depois de crescidinha.
Melhor do que fazer isso com as pessoas próximas é fazer com os estranhos. É obvio que depois de tantos anos aperfeiçoando esse fantástico exercício de observação, todo lugar é lugar. Mas sem sombra de dúvidas, numa caminhada pela Avenida Paulista ou num pequeno trecho de Metrô, a diversão é garantida. O trânsito também oferece muitas possibilidades, só exige um pouco mais de atenção, para não terminar o dia olhando nos olhos do fulaninho antipático da CET....... Balada, apesar de não parecer, é um péssimo lugar. Fica parecendo caça.
É tudo muito despretensioso, não há intenção de conquistar ou seduzir quem quer que seja. Por isso, a técnica vale para homens, mulheres, jovens e velhos. E assim, dá pra descobrir rapidinho uma pessoa ousada, uma atrevida, uma tímida e, a pior das espécies, uma medrosa.
Vale lembrar que fazer isso com pessoas acompanhadas pode não ser muito seguro, já que a chance de você ser mal interpretado é gigantesca.
A impressão que tenho é que muitas pessoas têm medo de um olhar direto. É como se devessem alguma coisa, como se tivessem muito a esconder. No fundo todas tem, é que algumas se entregam de cara e outras parecem fazer um convite na base do “e aí, vai encarar?”
Eu encaro. E você?

Juliette

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Estrelas

Mais uma dose, por favor!
Uma dose de bom senso, de caráter, de noção e, principalmente, de respeito! Tem isso no seu menu?
Por hoje, é apenas isso que eu quero.
E deixa que o meu cigarro eu mesma acendo, porque essa sua brasa é das mais fraquinhas.... Qualquer brisa fresca apaga.
Apaga a luz, eu já cansei desse olhar lânguido....
Aumenta o som, preciso ouvir qualquer coisa diferente dos seus clichês....
Me solta, se não sabe segurar, nem me pega......
Abre a janela.... Eu quero ver as estrelas.... Não aquelas que você prometeu me fazer ver e não cumpriu.... Eu quero as verdadeiras....
Você? Já não me serve mais nem servido numa bandeja...
Já que você ainda não foi, aproveita e me traz a conta vai......

Juliette